ontem acabou os sete palmos de terra (e não na semana passada como eu disse). isto resume a coisa. para quem viu o último episódio e acompanhou a série, sabe que não houve nem há-de haver nos próximos anos nada que se compare, por motivos mais importantes do que a qualidade. n'os sete palmos havia um objectivo acima dos outros: contrariar (consciente e inteligentemente) a permanente estilização da vida que se faz nos nossos tempos. no cinema, na televisão e no resto a vida é idealizada, e mesmo quando é desgraçada, apresenta-se a desgraça esteticizada. lembro-me de um amigo, depois de ter acompanhado o parto da primeira filha, me ter dito surpreendido que não era um momento nada romântico o nascimento, com sangue e gritos e tubos por todo o lado. de tanto parto filmado como uma epopeia aompanhado com a banda sonora certa é normal que a realidade seja uma surpresa. por outro lado, as expectativas das pessoas geradas por tudo isto são tão altas que grande parte das pessoas sente que falhou na vida. não dizem, mas sentem. o número alucinante de depressões e de gente que vive à conta de comprimidos é impressionante.
li já não sei onde que o alan ball quis que a série se passasse em los angeles porque era a capital da negação da morte. isto de algum modo explica o tipo de abordagem do autor: nada de paninhos quentes, vai-se directo para terapia de choque, para ser mais eficaz. a vida é um acumular de traumas e problemas e no fim, guess what?, morremos todos. e é triste e é feio.
2 comentários:
Depende de cada experiência... Mas digo-te que a 2ª que vivi foi a melhor experiência de vida. Quanto à mãe ela que conte. Eu recomendo, e a assistir.
olha o papá babado...
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