quinta-feira, março 29, 2007

é tão pouco importante que continuamos a falar disto

acho muito bem a posição do pedro magalhães sobre os grandes portugueses, desvalorização total, não quer dizer nada etc. é claro que não quer dizer nada do ponto de vista da amostragem representativa ou a poll das polls, ou o caraças. se o salazar fosse a votos agora, duvido que ganhasse (à cautela não me comprometo...).
mas é evidente que alguma coisa quer dizer. o gajo sééério (ver fernanda cancio) foi eleito o melhor e o pior português de sempre. todos nós sabemos que a conversa de café e dos avós é "se isto fosse no tempo do salazar...". é ou não é? o oscar desvaloriza isto completamente (deve ser a tendência estatística que faz isto às pessoas). o que eu gostava de saber é se ganhasse o franco em espanha, o mussolini em itália ou o hitler na alemanha os comentários seriam iguais.

1 comentário:

João Pereira da Silva disse...

Mas olha que é mesmo importante. O que pensarão as famílias dos que morrerão no Tarrafal? E dos que foram torturados pela Pide? Como tratamos esses ao eleger como o melhor, o homem, capaz de manter o regime? Ou foi tudo mentira? Uma enorme mentira sobre um regime que nunca existiu? Que capacidade temos de falsear a memória? Para que nos serve essa capacidade? Talvez para nos defendermos da outra memória... Aquela que nos recorda: vivemos no regime mas nunca fizemos nada para o mudar. Logo, ele não seria tão mau como isso e nós também em consequência. Catarse da culpa. Testemunhas cumplíces a recontarem a história que os incrimina. Vergonha. Como é duro olhar para o espelho, é melhor não olhar de todo. É melhor imaginar a imagem que ver como o nosso reflexo é verdadeiramente feio. Mas não deixa de fazer parte de nós e do nosso passado.
Ufa, enjoo. Babe, posta lá qualquer coisa de alegre...