sábado fui buscar o meu avô para darmos uma volta de carro (sem capota). ele levou o boné, eu a encharpe. fomos ao campo e vimos como as laranjeiras estão a definhar. a figueira morreu, a água do poço está a ser roubada por um vizinho. entretanto encontrámos um primo daqueles afastados que conheço de nome mas não de cara, que tem uns sessenta anos e está doente. e começaram os dois a falar de cegonhas, de como é uma vergonha que estejam protegidas. o resumo é este: as cegonhas são uma espécie não autóctone (toda a gente sabe que vêm de paris), migratória mas que sedentariza facilmente. instalou-se aos milhares no alentejo, é protegida pela legislação sem outro motivo que o ser fofita. segundo o meu avô é mais predadora que um lobo. já acabou com uma espécie autóctone do sado, a galinha de água, e está a tentar acabar com o resto.
eles têm razão. há espécies que, a serem extintas, não há cegonhas que nos valham.
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